imagem, com Anderson Polissene, Roseni e Tiago

CB - Sem limites: deficientes visuais da cidade praticam de dança a ciclismo

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"Esporte que dá vida

Maquiar-se com os olhos vendados representa um grande desafio, imagina andar por trilhas em cima de duas rodas sem enxergar? Pedalar era uma das atividades favoritas do massoterapeuta Thiago Fernando Leão, 38, quando ele perdeu a visão em 2002,

em razão de uma retinopatia diabética. Fazer isso dentro da nova realidade parecia algo impossível até ele encontrar o projeto DV na trilha, em 2005. Em uma bicicleta tander — com dois lugares — um voluntário vai no banco da frente conduzindo o guidão, enquanto a pessoa com deficiência visual pedala seguindo as orientações.


O projeto surgiu um ano antes, depois de uma ação pontual no Natal. Os participantes não imaginavam o impacto que a iniciativa teria na vida das pessoas com deficiência. “Quando chegamos, nos deparamos com um momento de emoção. Alguns nunca tinham pedalado na vida. Outros tinham andado, mas depois que perderam a visão não praticavam mais a atividade. Eles voltavam da trilha emocionados”, relata Simone Cosenza, uma das coordenadoras e fundadoras do projeto.

Desde então, os encontros passaram a ocorrer periodicamente. Atualmente, a iniciativa reúne cerca de 80 voluntários, todos os sábados, no Jardim Botânico de Brasília. A cuidadora aposentada Roseni do Rosário, 46, entrou no projeto por indicação do médico, há dois anos. Ela perdeu a visão aos 41 anos e conta que ficou dois anos sem sair de casa. Por meio do esporte, superou os medos. “Eu vi que era capaz de fazer várias coisas. Hoje, vou para o hospital, vou a Taguatinga, à casa de uma amiga, ao cinema, ao shopping... Tudo sozinha”, comemora. O técnico judiciário Anderson Polissene, 52, é um dos voluntários. “Vai além da inclusão. Você dá autonomia para elas, liberdade”, avalia o ciclista, que participa do projeto desde 2007."

 

Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2019/07/05/interna_cidadesdf,768260/outros-olhares.shtml