POR IZABELA COSENZA: Festa dos sentidos

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Festa dos sentidos

Sou um ser de natureza diurna.

Até passo por fases de comportamentos outros mas, no geral, o que curto mesmo é dormir com as galinhas e acordar a tempo de (re)nascer com o sol.

Melhor ainda quando o dia acordado é dia livre e se tem o fim de semana todo pela frente.

Ah, o sábado...sempre tive uma queda pelas manhãs de sábado,mas elas se tornaram extra especiais desde o meu encontro com o projeto dv na trilha.

Esse sábado foi assim: muita agitação, novos condutores, novos dvs...uma energia boa que só.

E lá fui eu, mirim que sou, pedalar com o \"profissa\" do Adauto.

Eu condutora, ele dv.

Mas não foi bem assim.

Rodas rodando, sol quente e prosa boa.

Tão boa que perdi de vista as tandens da frente e quando percebemos estávamos nós perdidinhos da silva.

Peguei outro caminho,que pensava ser o correto,e acabamos nos perdendo mais ainda. Aff.

Quem me conhece sabe que isso era mais que esperado.

Minha noção espacial é zero, ou melhor, tem inveja do zero.

Estalo os dedos pra saber o que é direita e esquerda, me perco em caminhos mais que conhecidos e sempre aponto para o sentido contrário quando vou mostrar algum lugar.

Aquela hora,então,era hora de sentar no chão e chorar pitombas de desespero.

Mas foi não.

Fui descrevendo a paisagem,lendo as placas e o Adauto foi ditando o rumo.

Caímos no início da L2 e seguimos por ela - em roda, sol e prosa - até o CEEDV.

Não passei por um segundo de ansiedade, porque a segurança do Adauto me tranquilizou.

Quem conduziu quem,mesmo??

Acho que esse é o grande lance do projeto.

Essa troca de sentidos.

E uma matemática maluca rege todos nós - DVs, condutores e colaboradores.

Misteriosamente, para TODOS, o recebido é sempre maior que o dado.

É a troca de sentidos.

Coisa boa.

Coisa única,aquela festa dos sentidos.