Festa dos sentidos
Sou um ser de natureza diurna.
Até passo por fases de comportamentos outros mas, no geral, o que curto mesmo é dormir com as galinhas e acordar a tempo de (re)nascer com o sol.
Melhor ainda quando o dia acordado é dia livre e se tem o fim de semana todo pela frente.
Ah, o sábado...sempre tive uma queda pelas manhãs de sábado,mas elas se tornaram extra especiais desde o meu encontro com o projeto dv na trilha.
Esse sábado foi assim: muita agitação, novos condutores, novos dvs...uma energia boa que só.
E lá fui eu, mirim que sou, pedalar com o \"profissa\" do Adauto.
Eu condutora, ele dv.
Mas não foi bem assim.
Rodas rodando, sol quente e prosa boa.
Tão boa que perdi de vista as tandens da frente e quando percebemos estávamos nós perdidinhos da silva.
Peguei outro caminho,que pensava ser o correto,e acabamos nos perdendo mais ainda. Aff.
Quem me conhece sabe que isso era mais que esperado.
Minha noção espacial é zero, ou melhor, tem inveja do zero.
Estalo os dedos pra saber o que é direita e esquerda, me perco em caminhos mais que conhecidos e sempre aponto para o sentido contrário quando vou mostrar algum lugar.
Aquela hora,então,era hora de sentar no chão e chorar pitombas de desespero.
Mas foi não.
Fui descrevendo a paisagem,lendo as placas e o Adauto foi ditando o rumo.
Caímos no início da L2 e seguimos por ela - em roda, sol e prosa - até o CEEDV.
Não passei por um segundo de ansiedade, porque a segurança do Adauto me tranquilizou.
Quem conduziu quem,mesmo??
Acho que esse é o grande lance do projeto.
Essa troca de sentidos.
E uma matemática maluca rege todos nós - DVs, condutores e colaboradores.
Misteriosamente, para TODOS, o recebido é sempre maior que o dado.
É a troca de sentidos.
Coisa boa.
Coisa única,aquela festa dos sentidos.